terça-feira, 12 de maio de 2015

Corte Seco - a violência urbana pela lente do fotógrafo Alberto Bitar na Galeria Lunara


Dois extremos, uma realidade
O fotógrafo paraense Alberto Bitar retrata a impermanência em sua primeira exposição individual em Porto Alegre.

A violência urbana capturada pelo fotógrafo paraense Alberto Bitar nas ruas da grande Belém no Pará estarão expostas em Porto Alegre a partir do próximo dia 14 de maio, na Galeria Lunara, da Usina do Gasômetro, a convite da Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria da Cultura de Porto Alegre. A série “Corte Seco”, vencedora do prêmio Marc Ferrez 2012, faz analogia ao fluxo da vida interrompido abruptamente nas grandes cidades.

Belém, assim como Porto Alegre, está entre as 50 cidades mais violentas do planeta, de acordo com a ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e a Justiça Criminal. Porém, a violência é só o pano de fundo neste mergulho fotográfico feito durante as rondas de reportagens policiais que ele acompanhou por cerca de um ano.

“Com o tempo, passei a perceber algumas conexões entre trabalhos que eu havia produzido anteriormente, que tratam da memória, da transitoriedade, e de outras questões existenciais com alguns aspectos das imagens produzidas para o caderno policial do periódico”, explica o fotógrafo, que trabalha como editor num jornal de grande circulação do Pará.

As imagens de cenas de crimes foram feitas em longas exposições. O resultado é a captura de luzes apreendidas em volta das cenas de crimes que emprestam uma energia transcendental ao cenário caótico. Neste ponto o fotógrafo se distancia das imagens praticadas no fotojornalismo dos jornais diários.

De acordo com o artista, "Corte Seco" não é uma crítica ao jornalismo policial praticado na redação dos jornais impressos das grandes cidades, mas um espaço para temas recorrentes em sua obra, como a transitoriedade, memória e a impermanência.

Para Porto Alegre, Alberto Bitar está levando um vídeo inédito feito e pensado para ser exibido na Galeria Lunara, na Usina do Gasômetro. “Sempre penso em vídeo como um possível suporte. Para o “Corte Seco”, a ideia só surgiu depois de ver o espaço onde aconteceria a exposição em Porto Alegre. Vi que tinha essa possibilidade de exibição e produzi o vídeo a partir de fotografias fixas e documenta a ronda de uma equipe de reportagem do caderno policial de um jornal de Belém”, explica.

A capital gaúcha recebe o “Corte Seco” após exibição anterior na 30ª Bienal de São Paulo, em 2012, e em sua mostra itinerante, em Bauru. Em 2013, a série completa foi exibida em Belém, como resultado do Prêmio Marc Ferrez 2012. Além de integrar exposições coletivas, como a Pororoca – Amazônia no MAR, em 2014, no Museu de Arte do Rio; Horizonte Generoso, na Galeria Luciana Caravello, também no Rio de Janeiro, em 2015. Corte Seco também integra os acervos do Museu de Arte Contemporânea da USP, da Casa das Onze Janelas, em Belém, e do Museu de Arte do Rio (MAR).


Sobre o artista:

Nascido em Belém/PA em 1970, Alberto Bitar iniciou na fotografia em 1991 e no mesmo ano começou a desenvolver ensaios pessoais, como nas séries "Fotografismo Urbano" e "Efêmera Película", série de experimentos sobre o tema natureza, com o qual foi selecionado em 1996 pelo projeto Antarctica Artes com a Folha, um mapeamento da produção de jovens artistas do Brasil. Em 2002 recebeu o Prêmio Especial do Salão Arte Pará com o vídeo Doris, realizado em parceria com Paulo Almeida e Leo Bitar e no ano seguinte realizou "Enquanto Chove", vídeo com co-direção de Paulo Almeida. Realizou as exposições individuais "Solitude" (1994), "Hecate" (1997), "Passageiro" (2005) – com esta integrou a programação oficial do 7° Mês Internacional da Fotografia de São Paulo- "Efêmera Paisagem" (2009/2011) e "Sobre o Vazio" (2011) e “Corte Seco” (2013) com as quais recebeu o XI e XII Prêmio Marc Ferrez da Funarte, e “Imêmores Voos” (2014). Vem participando de mostras coletivas no exterior, como o Salão Internacional de Fotografia Abelardo Rodrigues Antes - Havana/Cuba, e Desidentidad, no Instituto Valenciano de Arte Moderno, na Espanha e Une Certaine Amazonie em Paris.

No Brasil participou do Rumos do Itaú cultural (2009), Panorama da Arte Brasileira em 2011 e em 2012 foi convidado para integrar a 30ª Bienal internacional de São Paulo.



Agende-se

Exposição “Corte Seco", de Alberto Bitar

Abertura: 14 de maio, às 19h30min, Galeria Lunara

Usina do Gasômetro - 5º andar


Visitação:

De 15 de maio a 14 de junho de 2015

De terça a sexta, das 10h às 21h; sábados, domingos e feriados, das 10h às 21h

Galeria Lunara

Usina do Gasômetro - 5º andar

Av. Pres. João Goulart, 551

Centro Histórico, Porto Alegre, RS

90010-120


Outras informações

Coordenação do Cinema, Vídeo e Fotografia

Usina do Gasômetro – 3º andar

Av. Pres. João Goulart, 551

Fone: (51) 3289-8133