quarta-feira, 7 de maio de 2014

2011

Resumo de 2011


Ivan Grilo - A Pausa do Retrato
De 06/01/2011 a 06/03

Edu Monteiro - Autorretrato Sensorial
De 22/03 a 17/04

Ricardo Barcellos – Ruína em Construção
05/05 A 05/06

Bete Rocha - Imagens do Anonimato: Fotografia e Identidades Intangíveis na Contemporaneidade
09/06 A 28/07

Cinefilms de Guy Bourdin
26/09 a 26/06

Baita Profissional - Conexões Possíveis
03/11  a 04/12

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Ivan Grilo - A Pausa do Retrato
De 06/01/2011 a 06/03

 A exposição traz quatro séries de trabalhos inéditas, nos quais a questão principal reside sobre um processo poético de utilização de fotografias de arquivo familiar. Entretanto, Ivan Grilo não pretende de modo algum fazer referência a sua história, mas propor relações entre elementos simbólicos que são inerentes à iconografia familiar, ou seja, eventos sociais que possuem um código específico de representação dentro da fotografia.

Na instalação Comum União, a partir da pose tradicional das fotos cerimoniais do início do século XX, na qual o homem deposta a mão direita sobre o braço esquerdo da noiva, dez fotografias são desconstruídas por meio de um único corte central, e em seguida são unidas de forma recombinante, sugerindo cem novos casais, num jogo de recriar a história. Como se tempos, pessoas e histórias díspares se encontrassem na delicadeza do toque das mãos. Outra série a ser destacada é denominada Do Pouco que Restou, e apresenta 8 retratos de um mesmo homem, desde jovem até seu falecimento, passando pelo retrato de seu RG. Em decorrência do tipo de revelação realizada (cianotipia com lavagem parcial), as imagens apresentam tom azulado e são sensíveis à luz. Dessa forma, em alguns anos as imagens desaparecerão por completo, e o pouco que restou da memória desaparecerá.
A Pausa do Retrato não versa sobre os personagens ali apresentados; de fato, pouco importa a história daquelas pessoas. O que de fato está em foco nessa exposição é o que está entre o ocorrido e o registrado: a pausa.

Ivan vive e trabalha em Itatiba, SP, e é graduado em Artes Visuais pela PUC/Campinas, tendo participado de diversas exposições coletivas, dentre elas o 35º SARP - Salão de Arte de Ribeirão Preto/SP, o Festival de Vídeo Acadêmico em Lisboa (Portugal), e o 14º Salão Unama de Pequenos Formatos em Belém/PA, recebendo Prêmio Aquisitivo.
Em 2009 fez sua primeira exposição individual, Irreversível, no Centro Cultural Adamastor em Guarulhos, como parte da Premiação do Júri, conquistada no 8º Salão de Artes Visuais de Guarulhos.


Edu Monteiro - Autorretrato Sensorial
De 22/03 a 17/04



A exposição traz nove imagens nas quais Edu Monteiro surge com diferentes máscaras em seu rosto.  A ideia da mostra veio do encontro do autor com uma máscara da artista plástica carioca Lygia Clark, que criou algumas delas com um objetivo muito claro: o de levar as pessoas a vesti-las e, assim, lidar com seus medos e fragilidades.

O fotógrafo também quer provocar sensações. E ele sabe aonde quer chegar. Foi ele mesmo quem criou as nove peças. Numa delas, ele assusta e polemiza. “Usei cinco quilos de coração de galinha, a fim de obter um efeito disforme e intrigante”. Em outra, o autor lida com o bom humor. “Resolvi pegar todos os bichinhos de pelúcia de minha filha Letícia e os enrolei na minha face com uma fita transparente.”



Edu Monteiro é gaúcho e atualmente reside no Rio de Janeiro. Quem acompanha sua carreira o vincula ao Fotonauta, estúdio responsável por campanhas badaladas para Nike, Olympikus, entre outras, além de colaborações para importantes publicações como National Geographic, World Soccer e Placar. Ocorre que o trabalho com arte contemporânea, antes apenas uma atividade paralela, passou a tomar  muito mais tempo do fotógrafo. “As possibilidades do meu trabalho como fotógrafo se expandiram muito com o meu interesse pelas artes plásticas. E esse processo ganhou um ritmo maior com as aulas na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV) e o mestrado em ciência da arte pela Universidade Federal Fluminense (UFF).”

Ricardo Barcellos – Ruína em Construção
05/05 A 05/06


Fotógrafo gaúcho radicado em São Paulo, Ricardo Barcellos apresentou a exposição Ruína em Construção, na Galeria Lunara.
Barcellos, que esteve presente ao coquetel de abertura da mostra, escolheu sete imagens e dois vídeos que exploram a dicotomia ruína/construção, a partir da observação de prédios da capital paulista. O conjunto de imagens em exposição na Galeria Lunara propõe uma reflexão sobre a dinâmica do espaço urbano e a engenhosa trama de seu tecido, que por vezes lembra a lógica de um palimpsesto, cuja superfície é reutilizada inúmeras vezes para que nela sejam sempre gravadas e sobrepostas novas informações.

Como observa o Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da SMC, Bernardo José de Souza, “em sua série de fotografias e vídeos, ao invés de uma possível escalada ao paraíso, experimentamos uma espécie de descida ao inferno. Nem sonho da casa própria, tampouco utopia futurista: contemplamos carcaças de prédios desabitados como se fossem resíduos de uma era apocalíptica, que ecoa de alguma maneira a atmosfera soturna do período madieval. Suas animações em stop-motion das fachadas de edifícios de São Paulo concedem vida aos imóveis desocupados, essas figuras fantasmagóricas que assombram as cidades contemporâneas e com as quais convivemos sem dar maior importância.

Bete Rocha - Imagens do Anonimato: Fotografia e Identidades Intangíveis na Contemporaneidade
09/06 A 28/07


A exposição de Elizabete RochaImagens do Anonimato: Fotografia e Identidades Intangíveis na Contemporaneidade apresenta 20 imagens, divididas em diferentes séries narrativas: Universo, a Casa Misteriosa (2009), Anônimos (2007-2010), Identidades Impalpáveis (2010) e uma série de fotomontagens por fotogramas, chamada Os Vagantes (2009). Através destas imagens, Elizabete Rocha tece comentários acerca da problemática da identidade e questões do anonimato nos tempos atuais, ditos hiper modernos. A curadoria da exposição ficou a cargo de Niura Legramante Ribeiro.
A Galeria Lunara vem se pautando nos últimos 10 anos por promover exposições que tenham caráter de pesquisa em arte fotográfica, exibindo desde trabalhos de nomes consagrados a obras de fotógrafos e artistas ainda em início de carreira.
Elizabete Rocha se dedica mais sistematicamente à fotografia desde 2003, registrando em seu currículo vários cursos, 13 exposições coletivas em espaços de arte em Porto Alegre e uma no Rio de Janeiro, além de audiovisuais selecionados pelo Festfoto Poa e Paraty em Foco, em 2008. Finalista P&B do Concurso Anual da Leica-Fotografe Melhor (2008), também é co-autora de um livro de fotografias financiado pelo FUMPROARTE em 2005. Na presente exposição, apresenta trabalhos realizados durante o Curso de Especialização Poéticas Visuais: Fotografia, Gravura e Imagem Digital, da Universidade Feevale, que finaliza em maio de 2011, com a apresentação de seu trabalho de conclusão. 

Cinefilms de Guy Bourdin
26/09 a 26/06


A mostra Cinefilms de Guy Bourdin exibe pela primeira vez no Brasil os experimentos cinematográficos do grande fotógrafo francês, discípulo de Man Ray, que se tornou conhecido pelos elaborados editoriais para revistas de moda inspirados na estética surrealista.

Morto em 1991, Bourdin permaneceu em relativo ostracismo por cerca de duas décadas. Devido a questões judiciais envolvendo o seu espólio, apenas recentemente a sua obra voltou a circular, permitindo a descoberta das inúmeras facetas deste artista múltiplo, que além da fotografia, se dedicou à pintura, ao desenho e ao cinema.

 

Antes vistos exclusivamente em Paris, em 2009, os filmes de Guy Bourdin constituem uma rara oportunidade de navegar no fluxo de pensamentos do artista, de penetrar sua imaginação através de imagens em movimento capturadas em 8mm, Super 8mm e 16mm, entre as décadas de 1960 e 1980. Livres associações carregadas de simbologia, as seqüências de imagens em cor e P/B dão pistas sobre o processo criativo do artista. Após ter tomado contato com a produção fotográfica de Bourdin, motivo de uma grande exibição na capital em maio último, o público gaúcho ganha a chance de aprofundar-se ainda mais nos meandros criativos do artista a partir dessa seleção de filmes que reproduzem o seu original ponto de vista.

Segundo o Coordenador de Cinema, Vídeo e Fotografia da SMC, a febril criatividade de Guy Bourdin jamais conheceu limites: “Num certo sentido, Bourdin foi visionário em sua produção fílmica, haja vista a recente onda de filmetes de moda desenvolvidos especialmente para a internet, cujo conteúdo se desdobra em publicidade para as marcas ou mesmo em ensaios para as revistas em suas edições virtuais”, observa Bernardo, ressaltando ainda que “já nas décadas de 60, 70 e 80, ele experimentava as possibilidades estéticas e conceituais da imagem em movimento, antevendo o dinamismo da comunicação contemporânea”.


Baita Profissional - Conexões Possíveis
03/11  a 04/12




A Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Secretaria Municipal da Cultura inaugurou em 3 de novembro, duas exposições coletivas do grupo de fotógrafos auto intitulado Baita Profissional. São duas exposições com propostas bem distintas. A primeira delas chama-se Conexões Possíveis e aconteceu na Galeria Lunara (5º andar da Usina do Gasômetro), e a outra, 19 Individuais, ocorreu na Galeria dos Arcos (térreo da Usina do Gasômetro). As duas exposições têm curadoria de Fernando Schmitt (ou anti-curadoria, no caso das 19 “individuais”).

Conexões Possíveis, que tem como subtítulo “Incontáveis Desdobramentos e um Encadeamento sem Fim” é o resultado do trabalho realizado durante quase oito meses por um grupo de dez fotógrafos (Anderson Astor, Andréa Graiz, Eduardo Aigner, Fabrício Barreto, Fernando Schmitt, Guilherme Ko Freitag, Marcelo Curia, Paulo Backes, Ricardo Jaeger e Ubirajara Machado) que  postaram imagens em um perfil no Flickr criado especialmente para isso. Cada fotografia era postada em função da provocação contida na imediatamente anterior, nas mais antigas ou nos álbuns que foram sendo criados gradativamente. As entranhas desse processo podem ser conhecidas em http://www.flickr.com/photos/geopoetica_bp/. Na exposição a ser inaugurada no dia 3 de novembro na Galeria Lunara, as fotografias estão agrupadas pelos mais variados critérios de conexão, que levam em consideração questões formais, temas e tags que os fotógrafos atribuíram a elas.


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