segunda-feira, 5 de maio de 2014

2003

Resumo de 2003

Em Negro – Vilma Sonaglio
27/03/2003 a 27/04/2003

Face – Fernanda Chemale
06/05 a 08/06/2003

O Olhar Passageiro – Grupo Lata Mágica 
(Guilherme Galarraga, Maisa del Frari, Paula Biazus, Pedro Araújo, Rafael Johann)
24/06 a 30/07/2003
Projeto Fumproarte

Blue - 14 Cianotipias e 4 Viragens de Oliver Mann
14/08 a 05/10/2003

México – de Dulce Helfer

14/10/2003 até 18/01/2004  

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Em Negro – Vilma Sonaglio
27/03/2003 a 27/04/2003
A partir de reproduções de retratos de família artista, através de técnicas experimentais de laboratório reduz as informações das  imagens, obtendo novas imagens planas e turvas, cinzas e negras, subvertendo a identidade do próprio retrato.

Face – Fernanda Chemale
06/05 a 08/06/2003


O percurso poético de Fernanda Chemale em Face é uma brincadeira com transposições sígnicas. A fotógrafa segue a trilha de experimentos já presentes tanto em Brassaï (1899-1984), que ao longo da década de 1930 fotografou graffitis, quanto no movimento surrealista e a apologia da imagem banal e espontânea. A exemplo do artista contemporâneo Vik Muniz (1961), que revigora a silhueta de Nietzsche a partir de um arranjo de presunto parma fotografado, Fernanda quer alcançar o poder de ressignificação, despertando o desejo inconsciente de ver e de encontrar coisas aparentemente despercebidas na experiência cotidiana. Do fortuito nascem novas imagens: ETs, esfinges, vanitas, sombras, silhuetas impertinentes e rostos desfigurados que remetem ao pintor irlandês Francis Bacon (1909-1992). Como num ritual de homenagem, suas fotos parecem máscaras – a um mesmo tempo dóceis e tenebrosas – de divindades primitivas que abandonaram seu panteão específico para repousarem na calmaria da imagem fotográfica congelada. A palavra imagem, aliás, tem sua origem etimológica no latim imago, a máscara póstuma de cera dos aristocratas romanos. A própria gênese das imagens no Ocidente nasceu da necessidade cultural da magia – as palavras image e magie têm, no francês, correspondências gráficas. Há, então, poderes ocultos na contemplação e posse de imagens, o que nos leva à noção de que o invisível conduz o visível. Esta é a proposta e o desafio de Face.
Alexandre Santos, historiador da arte e pesquisador de história da fotografia
Maio de 2003

O Olhar Passageiro – Grupo Lata Mágica 
(Guilherme Galarraga, Maisa del Frari, Paula Biazus, Pedro Araújo, Rafael Johann)
24/06 a 30/07/2003
Projeto Fumproarte



No dia 24 de junho de 2003 ocorreu o lançamento do projeto "O Olhar Passageiro", do Grupo Lata Mágica. Adesivos colados nos ônibus de Porto Alegre contendo fotografias de lugares significativos da cidade, obtidas através da técnica pinhole. Para marcar o lançamento do projeto, ocorrerá uma exposição dos adesivos na Galeria Lunara do Centro Cultural Usina do Gasômetro. Na ocasião, também estará sendo lançado um conjunto de cartões-postais com as imagens que integram o projeto.

A idéia dos adesivos nos ônibus teve inspiração no projeto Poemas nos Ônibus, da Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre. Para o Projeto "O Olhar Passageiro", o Grupo Lata Mágica, composto por cinco fotógrafos, criou 25 adesivos - cinco por autor - feitos a partir de fotografias pinhole. Estes adesivos possuem fotografias em preto e branco nas dimensões de 30 x 40 cm.

Para as obtenções, o Grupo utilizou câmeras fotográficas construídas com latas de panettone para registrar lugares importantes de Porto Alegre. Integram o Projeto imagens da Usina do Gasômetro, do Viaduto Otávio Rocha, da Avenida Borges de Medeiros, do Parque da Redenção, do Chalé da Praça XV, do Monumento aos Açorianos, entre diversos outros lugares. O uso da técnica pinhole, que possui uma linguagem bastante característica, serviu para lançar uma nova visão sobre espaços que fazem parte da rotina dos porto-alegrenses.
A exposição na Galeria Lunara marca o lançamento do Projeto, que ficará durante seis meses disponível ao público nas janelas dos 1600 ônibus de Porto Alegre. Será afixada uma fotografia por ônibus, do total de 25 imagens. Desta maneira, "O Olhar Passageiro" vai estar visível para um imenso número de pessoas, já que diariamente circulam pela frota de ônibus da capital gaúcha uma média de 1 milhão e 200 mil passageiros.

Blue - 14 Cianotipias e 4 Viragens de Oliver Mann
14/08 a 05/10/2003

A exposição reuniu 21 imagens de diferentes lugares do Sul da Itália, Alemanha e Brasil, utilizando dois diferentes processos de revelação, a cianotipia e a viragem ciano, ambas explorando a cor azul. A exposição estará aberta ao público de 15 de agosto 14 de setembro, das 10h às 22h.
A cianotipia é um processo técnico pesquisado a partir de 1842, muito apreciado pela escola pictorialista. Seu princípio químico não foge muito à regra da maioria dos processos históricos ou alternativos que se pratica na atualidade, pois se fundamenta nas propriedades sensíveis que alguns sais de ferro apresentam em contato com a luz. A mistura dos sais lavados em água dá o tom de azul profundo depois de expostos a uma fonte de luz adequada. Essa mesma técnica pode ser chamada de azul da prússia ou blue-print, também conhecida por imitar os cartões postais difundidos na Europa em fins do século XIX.
Sua primeira experiência com cianotipia ocorreu em 2001 e foi apresentada na cidade de Ischia, na Itália, durante exposição fotográfica coletiva intitulada Faces Brasileiras.


México – de Dulce Helfer

14/10/2003 até 18/01/2004  

México Regallo de los Deuses é um registro feito em 1999, quando Dulce foi receber o Prêmio da Sociedad Interamericana de Prensa, em Guadalajara. A fotógrafa aproveitou para fazer pequenas viagens, entre elas, à cidade de Tequila, que, segundo Dulce, foi inesquecível. Ela fotografou a fabricação do destilado, pois é lá que se concentram as fábricas da referida bebida, que dá o nome à cidade.
A viagem também lhe rendeu uma visita à Cidade do México e às Zonas Arqueológicas, também chamadas de Pirâmides. O local abriga as Pirâmides do Sol e da Lua, consideradas patrimônios da humanidade. México Regallo de los Deuses é a 15ª exposição individual de Dulce Helfer e, para a fotógrafa, esta mostra completa seu último trabalho individual, Os Caminhos do Olhar de Dulce Helfer, na qual apresentou 15 imagens de diversos países, menos o México.

Nascida em Santa Cruz do Sul, Dulce conquistou seu espaço como fotojornalista no jornal Zero Hora. Entre suas exposições individuais, Mário Quintana, o Poeta Visto pela Fotógrafa Dulce Helfer, percorreu vários estados do Brasil. O próprio poeta, várias vezes clicado por Dulce, escreveu sobre ela: “ Os trabalhos de Dulce Helfer não são simples fotografias, são imagens que têm vida interior”. O currículo da fotógrafa também é recheado de prêmios, tendo sido vencedora do SIP (Sociedad Interamericana de Prensa) três vezes, além de uma menção honrosa no Prêmio Esso, no Rio de Janeiro, em 1994. 

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